Kiev assinala o 75.. aniversario do "genocidio" "A Grande Fome de 1932-1933 na Ucrania deixou uma ferida tao grande que ainda agora, quando se assinala o 75.. aniversario dessa obra diabolica de Estaline, o povo ucraniano tem problemas de identidade." A certeza e de Pavlo Sadokha, presidente da Associacao dos Ucranianos em Portugal. que mesmo longe da sua patria nao esquece o Holodomor, o exterminio pela fome que tera causado a morte a um terco dos ucranianos, esperando contribuir para que o mundo considere a accao do regime sovietico um "genocidio". O Presidente ucraniano, Viktor Iuchtchenko, lembrou esta semana que a Grande Fome "nao teve causas naturais". Pelo contrario, foi "artificialmente" organizada por Estaline no quadro do programa de colectivizacao agricola e de requisicao dos cereais e legumes produzidos na regiao, para acabar com as "aspiracoes nacionais" dos ucranianos. Para Pavlo Sadokha, a divisao actual entre pro-ocidentais e pro-russos, sentida na Ucrania, ainda e resultado deste tragico acontecimento e da politica sovietica de "querer transformar varios povos num so", sem respeito. "Nos nao culpamos o povo russo, ele sempre foi nosso vizinho, mas o que o regime sovietico fez foi um genocidio", refere o lider da associacao, explicando como os seus pais sempre lhe falaram desta tragedia, apesar de o tema ser tabu ate a queda do muro de Berlim, em 1989. As autoridades ucranianas procuram, ha anos, que a Grande Fome seja classificada internacionalmente como genocidio. Ha um mes, o Parlamento europeu evitou essa designacao, adoptando uma resolucao na qual o Holodomor e apontado como "um crime contra o povo ucraniano e contra a Humanidade". O numero de vitimas mortais continua por apurar, variando entre tres milhoes e dez milhoes, consoante a fonte. O Presidente russo, Dmitri Medvedev, recusou o convite do seu homologo ucraniano para participar nas cerimonias que hoje se realizam em Kiev, aproveitando para denunciar a tentativa de exploracao de uma tragedia historica "com fins politicos contemporaneos". Entre os Chefes de Estado que estarao na capital da Ucrania, encontra-se o da Georgia, Mikhail Saakashvili, e o da Polonia, Lech Kaczynski.